Com São José Correia!
"5 Para a Meia-Noite" estreou na RTP2 no dia 22 de Junho e vai para o ar perto da meia-noite. É um programa multiplataforma.
O programa é diário e tem um tema por semana, sob a forma de um verbo.
Uma outra característica diferenciadora é que aqui há 5 apresentadores: Filomena Cautela, Alvim, Nilton, Pedro Fernandes e Luís Filipe Borges. Cada um apresenta num dia diferente, conferindo a cada dia uma expressão diferente ao programa, com a visão pessoal e criativa de cada um. Desde logo, pela escolha do entrevistado convidado.
Ontem foi sexta-feira, portanto, o dia de Luís Filipe Borges apresentar e não podia ter uma mulher convidada, São José Correia esteve presente para falar do verbo "Resistir".
Quem viu, certamente, não resistiu a deixar ficar e deliciar-se com a entrevista desta grande actriz.
Assim que possível postaremos parte ou toda a entrevista.
em entrevista ao Beat Generation
A actriz que actualmente dá vida à sensual e sedutora "Susana" na novela da noite da TVI, "Olhos nos Olhos" deu uma entrevista ao Beat Generation.
Uma entrevista que vale a pena ver e rever, e por isso, vimos destacá-la.
Quem quiser ver, visite:
http://videos.sapo.pt/ylcon3LuzUCcfHQFJVt6
Vão ver que vai valer a pena ver a entrevista. Numa conversa super informal e descontraída, São José Correia fala de tudo sem preconceitos.
Temas como os implantes mamários, as cenas ousadas de Equador, homens e convites de revistas masculinas são abordados nesta entrevista.
Vamos relembrar a entrevista de São José Correia ao programa da RTP1, "Só Visto!", na altura em que se preparava para desempenhar a sua personagem "Elisa" em "Paixões Proíbidas".
Aqui fica:
Por que raio os implantes mamários são mais falados do que os dentários, por exemplo?
SJC - Não sei...
Tu, que já fizeste um, que diferenças sentiste?
SJC - Primeiro, perdi o equilíbrio. Mas agora sinto-me bem. Para além de uma série de experiências que ainda não tinha e que agora tenho! (risos)
Já agora, és daquelas que podem estar sem sexo infinitamente, ou a partir de determinada altura começas a ficar inquieta?
SJC - Não, a partir dos três meses, é de loucos.
Nunca te aconteceu seres entrevistada por alguém e, no final da entrevista, fazeres sexo saboroso com essa pessoa?
SJC - (risos) Não, nunca me aconteceu.
Eras capaz de dormir com um vilão só para salvar uma cidade inteira de um vírus radioactivo?
SJC - Depende do vilão. Era muito feio?
Não, era muito mau. E se fosse feio?
SJC - Sabes, os homens da minha vida não eram bonitos. Nunca me apaixonei por um homem bonito. Não me inspiram. Gosto de defeitos, de pessoas que me pareçam pessoas. Gosto muito mais da cabeça que do corpo de alguém. E as pessoas importantes da minha vida eram exactamente assim.
E milagres, já te aconteceu algum?
SJC - Foda-se, não. Nenhum milagre (risos)
És daquelas mulheres que fica chateada quando o homem adormece depois do acto?
SJC - Desculpa?!... Mas eu própria adormeço! Isso é uma coisa que nunca entendi. Como é que alguém faz amor durante uma ou duas horas, e não quer dormir a seguir? Há um relaxamento dos músculos, depois de um grande exercício físico, há bem-estar, conforto; logo, sono; logo, dormir. Não percebo a dificuldade em aceitar isso.
Da mesma forma que existe o beijo técnico, existe também o apalpão técnico?
SJC - (risos) isso é um mito! Não há nenhum beijo técnico nem nenhum apalpão técnico. A diferença está no que vai na tua cabeça. Eu beijo mesmo. Eu apalpo mesmo. O que me vai na cabeça é que é diferente.
E quando são cenas de sexo?
SJC - É mais difícil para mim. Em equador faço de prostituta e não raras vezes apeteceu-me chorar.
Quando se pergunta a uma mulher conhecida que motivo a levaria a despir-se, é costume ouvir-se: por uma boa causa. Sendo assim, pergunto-te: despir-te-ias por uma boa causa?
SJC - Não. Por uma boa queca.
Fazer sexo é melhor que fazer amor?
SJC - Eu nem sequer sei bem se percebo a pergunta. Ás vezes nem consigo distinguir o que é fazer sexo e fazer amor. Mas acho que o sexo existe sem amor.
Gostas que te batam?
SJC - Não.
E gostas de bater?
SJC - Sim.
Isso parece-me muito pouco democrático.
SJC - Mas eu não te disse que era democrática!... (risos)
E falar durante o acto?
SJC - Gosto. Sou pela palavra, pelo texto. É defeito de profissão. Se o texto é bom, sabe sempre bem.
Que tipo de linguagem, mais romântica ou mais dura?
SJC - Prefiro uma linguagem dura. De intensidade.
Quando eras miúda, brincavas mais com os meninos ou com as meninas?
SJC - Meninos. Sempre brinquei mais com meninos. E agora continuo a preferir brincar com meninos.
E de vez em quando umas meninas?
SJC - De vez em quando.
O que te faz estares tão atraída por mim e pelo meu corpo?
SJC - É o calor, Alvim. É o calor, Alvim.
"Gostava de fazer uma coisa mais feia"
Localizar São José Correia na Quinta das Lágrimas, em Coimbra - um dos cenários de "Olhos nos Olhos", a telenovela que a TVI estreou esta semana - não é tarefa fácil.
A actriz abdicou dos cabelos escuros que a caracterizam para encarnar Susana, uma psiquiatra loura. É um papel com forte carga sensual, como outros que tem interpretado. Mas desengane-se quem julga poder reduzir São José a essa faceta sedutora. Ela é tímida, sente dificuldades no desempenho das cenas de sexo e até já sonha dar corpo a uma figura "mais real" e... "mais feia".
Mudou radicalmente de visual para interpretar a psiquiatra Susana, na nova novela da TVI, "Olhos nos Olhos" (que estreia brevemente), e já disse que não gosta de se ver loura.
Não quero fazer disto um drama. Mas gosto muito mais do moreno, tem mais mistério, é mais natural. Esse foi um dos motivos pelos quais quisemos que a personagem fosse loura, porque o ser louro numa mulher com a minha tez [morena] dá logo um ar artificial, construído, que tem a ver com esta personagem. Como actriz, nem sequer discuti. Agora, quando chego a casa e tiro a maquilhagem, ou quando acordo e não tenho o cabelo esticado, pareço uma boneca velha que foi atirada para a arrecadação (risos).
Que outros sacrifícios faria por um papel? Admite, por exemplo, engordar, como fez Renée Zellwegger para o filme "Bridget Jones"?
Perfeitamente. Eu fiz uma cirurgia plástica [de aumento dos seios]. Claro que a fiz a título pessoal, já pensava nisso há algum tempo. E esse processo coincidiu com o trabalho que fui fazer ao Brasil, [a telenovela] "Paixões Proibidas", que se passa numa época em que os vestidos são estilo império, ou seja, não tens cintura, passas a ser busto. Não foi um sacrifício que fiz para essa personagem, mas quando faz sentido e tenho essa possibilidade… Não é prioritário. Eu faria o papel exactamente da mesma forma.
Já descreveu esta personagem, Susana, como sendo cerebral, manipuladora e muito sensual. A palavra "sensual" está sempre colada à própria São José. O rótulo incomoda-a?
Não me chateia nada, porque é agradável e revejo-me nele.
Os papéis que lhe têm atribuído coincidem com essa faceta sensual, pelo menos na TV. Isso é limitativo para si?
De algum modo, sim. Já me faz desejar que me ofereçam o papel de uma marreca, por exemplo. Seria um grande desafio. Entendo o lado da produção. Se tem alguém com uma imagem sensual que quer dar, o mais fácil é ir buscar aquela pessoa. Mas, às tantas, faz-te pensar: eu não faço só isto. Enquanto profissional, gostava que as pessoas vissem outras coisas.
Além da marreca, há alguma personagem que gostasse de representar?
Gostava de fazer uma personagem mais terra, mais real. Não como imagem agradável, empacotada, para as pessoas verem. Gostava de fazer uma coisa mais feia, desagradável à vista.
Nasceu como actriz no teatro, até um pouco acidentalmente, porque queria ser advogada e era tímida. Ainda é? A sensualidade é uma máscara?
Não. Podes ser tímida e sensual. Ainda me considero uma pessoa tímida.
E no desempenho destes papéis?
Tenho muitas dificuldades nas cenas mais ousadas. Fiz duas cenas de sexo. Uma, com o Adelino [Tavares], na [curta-metragem de terror] "I'll See You in my Dreams", foi a mais difícil da minha vida…
Porquê?
Porque era uma cena muito cruel. Foi o meu primeiro nu. Não era uma cena de amor, era uma cena de sexo. Acho até que era uma cena de sodomia. Estar nessa situação de humilhação incomodou-me muito. E mesmo outras, mais ousadas, em televisão… A última vez que isso me aconteceu foi em "Equador", em que faço de prostituta e tenho uma cena de sexo com um rapaz a quem vou tirar a virgindade. A cena não desenvolve muito, mas o início é atrevido. Eu senti vontade de chorar.
As personagens consomem-na?
Bastante. E as personagens que obrigam a um grau de intimidade maior são muito difíceis. Normalmente, dá-me vontade de chorar.
Não gosta de se expor, de dar entrevistas, coisas sobretudo associadas à televisão. Gostava de voltar ao mundo do teatro, mais discreto, onde se estreou?
Às vezes, sim. Mas esse voltar atrás não existe. Quando passas os dez anos de carreira, não consegues agir como se tivesses só dois. Eu sei que já não conseguiria fazer só teatro. Por muito que às vezes tenha saudades dessa época, da família - estive dez anos com uma família, a Companhia de Teatro de Almada. A televisão é um vício.
Nuno Távora [também com formação teatral e um papel em "Olhos nos Olhos"] diz que, ao contrário do que se pensa, é muito difícil fazer televisão.
É muito difícil, porque o trabalho de casa é essencial. Na televisão, é tudo para ontem. Por muito que as pessoas estejam empenhadas, o tempo que nos sobra a todos para criar juntos é muito pouco. E tu não podes estar com inseguranças, tens que ter a tua proposta muito clara, para reagir, rapidamente, ao que os teus colegas estão a fazer. É acção. Isso é viciante, é como fazer teatro em queda livre (risos)!
Fonte: http://jn.sapo.pt/
Fotografia: www.tvi.pt